segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O jogo foi grande, o blog vai fazer por isso


Caros leitores,

    Chamo-me Pedro Ramires, assino como pmramires e sou, tanto quanto uma pessoa civilizada pode ser, um apaixonado adepto do Benfica. Gosto insaciavelmente de futebol e basquetebol, bem como de quase todos os desportos em geral, mais como observador do que como praticante, para ser sincero. Deixo à vossa consideração a pertinência das minhas opiniões. Espero que corra tudo bem. 
Apresentado, vamos ao clássico.

1. Jogando o Benfica com dois pontas-de-lança, era mais ou menos previsível que a superioridade numérica do FCPorto no meio-campo resultasse numa maior facilidade em ter a bola, porém, não sem a contrapartida de uma maior exposição da sua defesa, que teria de se ver regularmente face a uma igualdade numérica perante o ataque do Benfica. 
Em jogos contra as restantes equipas do campeonato nacional, não é difícil adivinhar o que desta estratégia benfiquista resulta: a capacidade técnica e o posicionamento táctico dos jogadores do meio-campo dos encarnados é suficiente para enfrentar a resiliência e as investidas do adversário, e uma frente de ataque populosa − e, Cardozo à parte, talentosa − causa os estragos esperados. 
Contra o meio-campo do FCPorto – e o trio Fernando-Moutinho-Lucho ainda é, salvo melhor opinião, o melhor meio-campo do país –, apostar no mesmo sistema táctico foi uma jogada de risco, e talvez Jorge Jesus só se tenha dado a esse luxo pela ausência de James: comprou um jogo instável, onde dificilmente teria o domínio, mas confiou na sua defesa para controlar as incursões dos adversários, que sem James tenderiam a ser pouco criativos. 
A defesa não se mostrou fiável – Garay e Artur, o velho ditado avisa mas não prepara: só nos pode trair quem merece a nossa total confiança – mas o resto do jogo foi exactamente como devia ser: um FCPorto com mais posse de bola, mais controlo de jogo, mais dominador no meio-campo, e o Benfica mais perigoso sempre que no ecrã da televisão se vislumbrava a baliza do FCPorto.

2. O momento do jogo deu-se quando Jesus, num acto de fé que faz jus ao seu nome, retira Lima de campo e acredita que Cardozo, com o miolo atrás de si reforçado, irá resolver o jogo num lance, a ocorrer em virtude do Espírito Santo, ou de Aimar. A oportunidade surgiu, o problema é que Cardozo nem sequer foi capaz de danificar o que Lima não teria dificuldade em destruir, e assim se perderam dois pontos.

3. Acho injustas as críticas de Vítor Pereira à qualidade de jogo do Benfica: por um lado, esquece que jogar bom futebol com Cardozo em campo é muito mais difícil; por outro, não me lembro da construção de uma jogada ofensiva perigosa por parte do FCPorto na segunda parte. Sem James não há rasgo, não há génio, tudo é demasiado previsível, estático, e a usual crítica de o Benfica estar à espera de uma bola parada para resolver o jogo pode, neste caso, ser devolvida com justiça: nunca vi o FCPorto com capacidade para mais. Mas Vítor Pereira lá sabe com o que se preocupar.

4. O melhor em campo, quanto a mim, foi o Matic, e não só pelo grande golo que marcou. Matic é o jogador que permite ao Benfica jogar em 4-4-2. Impecável sentido posicional; grande capacidade técnica; rigor no passe (malgré Spartak); verticalidade; pulmão. Mais um grande jogo.

5. Quando à arbitragem, há pelo menos dois foras-de-jogo, que poderiam resultar em jogadas perigosas, mal assinalados ao FCPorto, e um ao Benfica. No entanto, se os assistentes estiveram desastrados, o critério do árbitro na mostragem dos cartões foi ridículo: adiou o primeiro cartão amarelo à equipa que mais faltas realizou (e algumas delas duras) para os 82 minutos, e consciente disso mesmo foi perdoando segundos amarelos à outra equipa. Típico de um árbitro sem qualidade.

pmramires

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